sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A influência da mídia no comportamento social



TVVocê consegue rir com os programas de nudezhumor ultimamente? É, nem eu, salvo raras exceções. Perdeu a graça. Você assiste, o quadro acaba, você força pra rir mas… não dá. A mídia vai se degradando, e ai de quem fala contra que já é tachado de antiquado, preconceituoso e etc…
Mas assim como eu, sei que vocês meus caros e silenciosos leitores já estão de saco cheio e um tanto frustrados com a programação vigente que em pleno horário nobre já aborda temas como: “A atriz mãe que dormiu com o namorado da figurante filha”; “Ronaldo Ésper leva Luciana Gimenez ao cemitério” (cara isso existe); “Sabrina Boing-Boing pretende colocar mais seis litros de silicone” (comovente).
Sei que vocês assim como eu, ficam com “a cara no chão” quando, em plena tarde, durante seu lanche ou quando você recebe uma visita; a programação exibe uma cena constrangedora, diálogos baixos e coisas do tipo. Ou ainda pra você que é pai, quando a “bendita” cena aparece logo na hora que seu filho passa na sala. É comum ver hoje profissionais perdendo espaço pra gente sem talento. Tudo em nome da audiência!
Em resumo, se é pornográfico, gera polêmica ou baixaria ganha espaço. O quadro é desolador: programas sem pé nem cabeça, apresentadores sem ética, pessoas semi nuas e está armada a festa; que além de tudo é em nome da “liberdade” e “contra o preconceito” mesmo ridicularizando alguns grupos ou classes sociais. Programas que realmente valem a pena se espremem em horários praticamente inacessíveis.
A galera fica fanática pelo que os artistas estão fazendo, com quem estão no momento, se já casou, se já traiu, se já brigou, se já separou e aí se já casou de novo. A onda é cantar o hit do momento da bandinha de vitrine mesmo que a letra seja sem sentido ou com NeXo Zero (Qualquer semelhança é mera coincidência :) ).
Resultado: pensamentos vazios, mentes vazias, senso crítico atrofiado, caráter deformado… Cabe aqui um parêntese pra comentar o recente caso do cantor de hip-hop, machão e ídolo da garotada que espancou sua namorada, também cantora e foi parar na polícia – nada que seja tão diferente dos clipes e letras de música do segmento que apresentam mulheres como objeto e estimulam uma vida superficial.
De vez em quando alguém não suporta a pressão de tanta bobagem e perde a paciência. Um exemplo é o vídeo da jornalista irritada com a cobertura do caso Paris Hilton, veiculado na rede e que foi matéria do G1:
No ar, a jornalista discutiu com os colegas de jornal e, de tão irritada, tentou queimar o “script” com um isqueiro. Contida por um dos companheiros, a apresentadora não desistiu de expressar sua fúria. Fora da bancada, mas ainda ao vivo, Mika colocou o roteiro com a notícia no triturador de papel.
Saudades
Antônio Carlos Bernardes Gomes, o "Mussum"
É meus amigos, no afã da “liberdade” a sociedade começa a sentir falta do bom senso.
Aliás você já se perguntou por que programas como “Chaves” e “Os Trapalhões” (que entrou para o Livro Guinness de Recordes Mundiais como o programa humorístico de maior duração da TV) continuam fazendo sucesso depois de tanto tempo? Talvez porque façam parte de uma espécie de safezone da TV que você pode assistir sem levar sustos maiores.
Pra concluir e pra você não achar que o editor perdeu as estribeiras, deixo em Filipenses 4.8:
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
Deixe de lado a programação pobre do domingo e cultive o que por algum tempo tem ficado esquecido, inclusive um comunicação mais íntima e direta com Deus.
Pego carona na poesia dos Titãs em trecho da música “Televisão” de 1982:
ô Cride, fala pra mãe
a mãe diz pra eu fazer alguma coisa
mas eu não faço nada
a luz do sol me incomoda
então deixa a cortina fechada
é que a televisão me deixou burro
muito burro demais
e agora eu vivo dentro dessa jaula
junto dos animais
ô Cride, fala pra mãe
que tudo que a antena captar
meu coração captura
e vê se me entende pelo menos
uma vez, criatura
ô Cride, fala pra mãe